
Secretaria Municipal da Cultura de Trairi
E-mail: secretariadaculturatrairi@gmail.com
Telefone Público: (85) 3351-1350
Endereço: Av. Miguel Pinto Ferreira, 145 , Planalto Norte, 62690-000, Trairi, CE
Estado: CE
Município:
CEP: 62690-000
Logradouro: Av. Miguel Pinto Ferreira
Número: 145
Complemento:
Bairro: Planalto Norte
Descrição
O município situa-se na margem do rio Trairi e as suas terras que se estendem do rio Mundaú à enseada da Lagoinha foram conquistadas e povoadas por sertanistas e colonizadores famosos, entre os quais, Nicolau Tolentino, Marinheiro Cunha, Manuel Barbosa, Xavier de Sousa, Antônio Barroso de Sousa, e, sobretudo, João Verônica, tido e havido, segundo a crônica, como verdadeiro fundador da cidade do Trairi.Nos meados do século XVIII, com a concessão de datas e sesmarias, João Verônica, homem progressista e trabalhador, conseguiu fazer fortuna com o labor agrícola e o pastoreio. Cansado já da vida do mato, senta moradia, com casa-grande alpendrada, numa nesga de terras situada nas proximidades da barra do rio Trairi.
Com a chegada de colonos, parentes e amigos, João Verônica resolve mandar erguer outras casas para residência de famílias do seu conhecimento e sob sua proteção. Com pouco tempo estava formado pequeno povoado, onde já se notavam, então, os casarões de Tolentino, Marinheiro, dos Sousas e dos Barbosas, donde, aliás, se originaram famílias numerosas e ilustres.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Paracuru, por Ato de 18-03-1842.
Elevado à categoria de vila com denominação de Paracuru, pela Lei Provincial n.º 1.068, de 12-11-1863, sendo desmembrado do município de Fortaleza. Sede na vila de Paracuru.
Pela Resolução Provincial n.º 1.110, de 10-1864, a vila é extinta.
Pela Lei Provincial n.º 1.604, de 14-08-1874, é recriada a Vila, com a denominação de Nossa Senhora do Livramento. A mesma Lei transfere a sede do município de Paracuru para Trairi.
Pela Lei Provincial n.º 1.669, de 19-08-1875, a vila de Nossa Senhora do Livramento passou a denominar-se Trairi.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o município é constituído de 2 distritos: Trairi e Mundaú.
Pelo Decreto Estadual n.º 193, de 20-05-1931, a vila é extinta, sendo seu território anexado ao município de Paracurú.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, Trairi é distrito de Paracurú.
Pelo Decreto Estadual n.º 64, de 07-08-1935, o município de Paracurú passou a denominar-se São Gonçalo e o distrito de Trairi passou a pertencer ao município de São Gonçalo.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, Trairi figura no município de São Gonçalo.
Pelo Decreto Estadual n.º 1.114, de 30-12-1943, o município de São Gonçalo passou a denominar-se Anacetaba.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950 o distrito de Trairi figura no município de Anacetaba.
Elevado à categoria de município com a denominação de Trairi pela Lei Estadual n.º 1.153, de 22-11-1951, sendo desmembrado de Anacetaba. Sede no antigo distrito de Trairi. Constituído de 2 distritos: Trairi e Mundaú. Reinstalado 25-03-1955.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955 o município é constituído de 2 distritos: Trairi e Mundaú.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955 o município é constituído de 2 distritos: Trairi e Mundaú. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
A Lei Estadual n.º 6.747, de 12-11-1963, desmembra do município de Trairi o distrito de Mundaú, elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede.
Pela Lei Estadual n.º 8.339, de 14-12-1965, o município de Trairi adquiriu o extinto município de Mundaú, como simples distrito.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968 o município é constituído de 2 distritos: Trairi e Mundaú. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1983.
Pela Lei Estadual n.º 11.297, de 10-02-1986, é criado o distrito de Canaan e anexado ao município de Trairi.
Em divisão territorial datada de 18-VIII-1988 o município é constituído de 3 distritos: Trairi, Canaan e Mundaú.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999.
Em divisão territorial datada de 2003 o município é constituído de 6 distritos: Trairi, Córrego Fundo, Fleicheiras, Gualdrapas, Canaan e Mundaú. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.
Fonte
Trairi (CE). In: ENCICLOPÉDIA dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1959. v. 16. p. 538-541. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv27295_16.pdf. Acesso em: ago. 2015.
Grupos Negros e Culturais Populares de Trairi
Reisado Boi Bonito de Alagadiço – Canaan
O Reisado Boi Bonito de Alagadiço possui uma história de mais de 50 anos, transmitida de geração em geração na comunidade de Alagadiço, distrito de Canaan. O grupo é formado por cerca de 20 membros, entre tocadores, brincantes e equipe de produção, funcionando como um coletivo familiar.
O atual representante é Antônio Rodrigues (Mestre Pardal), guardião das tradições herdadas dos avós.
O grupo se apresenta tradicionalmente em janeiro, mantendo viva a tradição cultural do reisado, e já participou de eventos como Povos do Mar (SESC Ceará), Festivos do Coco em Trairi, apresentações em Jericoacoara e em diversas comunidades do Vale do Curu.
Mestre Moisés Cardoso dos Santos – Canaan
Conhecido como Mestre Moisés, é uma figura central da comunidade de Alagadiço (Canaan). Desde 2007, é reconhecido pelo Governo do Ceará como Mestre da Cultura, devido ao seu papel na preservação da Dança do Coco de Lagoa.
Além desse título, também foi reconhecido como possuidor de Notório Saber em Cultura Popular (Resolução nº 1271/CONSU, de 03/11/2016).
Sua trajetória une dança, cantigas, instrumentos e saberes ancestrais, tornando-se elo fundamental entre gerações e referência para a cultura popular de Trairi e do Ceará.
Coletivo de Dança de São Gonçalo – Fazenda Velha II
O Coletivo de Dança de São Gonçalo é uma das tradições mais antigas da comunidade de Fazenda Velha II.
A dança tem origem na devoção a São Gonçalo, sendo praticada como forma de pagamento de promessas. Antigamente, era realizada principalmente em períodos de seca, quando a comunidade pedia pela abundância das águas.
Ainda hoje a tradição permanece, reafirmando a fé popular e o sentimento comunitário.
Coletivo Encantarias – Campo de Canaan
O Coletivo Encantarias nasce da trajetória de Mestra Maria Toinha, mãe de santo, escritora e contadora de histórias, com mais de 70 anos dedicados às Umbandas Cearenses. Retirante da seca de 1958, agricultora e mulher negra, sua vida inspira a produção literária e artística do grupo.
A iniciativa resultou no Projeto Literário A Mística dos Encantados (2016), que já publicou livros como A Mística dos Encantados (2020), Caminhos Encantados (2021), Lavagem Encantada (2022) e Sonhaçu (2024).
O Coletivo abrange literatura, música, fotografia, artesanato e oficinas culturais, gerindo a Casa de Cultura Maria Toinha, um espaço de memória, saberes e resistência.
Reconhecimentos recentes:
Ponto de Cultura do Ceará (2023)
Ponto de Cultura Nacional (2024 – Lei Cultura Viva)
Integração à Red Iberoamericana de Estudios sobre Materiales Orales (2025)
Premiação Marivalda Kariri de Pontos de Cultura (2025 – Secult/CE).
Reisado Boi Bonito do Alagadiço – Reconhecimento e Patrimônio
Com mais de 20 anos de trajetória, o grupo mantém viva a tradição do Bumba Meu Boi, manifestação cultural que une dança, música, teatro e religiosidade.
Mestres e cantadeiras como Catí, Alfredo, Zé Ana, Assunção, Graça e Dona Teté marcaram a história do grupo, hoje liderado por Mestre Pardal.
Dada sua importância, há uma forte demanda para o reconhecimento oficial como Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Trairi, garantindo apoio institucional para oficinas, eventos e divulgação.
Reisado Boi Trairi – Sede Municipal
O Reisado Boi Trairi tem origem no grupo do mestre Francisco das Chagas Santiago (Chaga Camurim), criado na década de 1930, nos bairros Boa Esperança e Carrapicho.
Atualmente, suas apresentações começam no Dia de Reis (06 de janeiro), no Terreiro dos Patrícios, estendendo-se até o fim do mês, quando ocorre a tradicional matança do boi.
O grupo reúne personagens tradicionais do reisado, como papangus, vaqueiros, caboclos, burrinha, cavalo velho, ema e caraba, criando uma atmosfera festiva e envolvente.
Reconhecimentos e ações:
Prêmio Culturas Populares – 100 anos de Mazzaropi (2013)
Livro “Trairi: A Vida e o Saber do Povo” (2014 – MinC/Tractebel Energia)
Prêmio Culturas Populares – Selma do Coco (2018)
O grupo mantém sede no Centro Flex de Arte e Cultura de Trairi, espaço independente, mantido com editais e apoio de parceiros.
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